Enxertos ósseos: o que são e quando fazer?
Enxertos ósseos você conhece esse procedimento?
O avanço da tecnologia tem gerado inúmeros benefícios para o ser humano, desde o IoT (Internet das coisas), que conecta à Internet equipamentos do dia a dia como televisões, celular, relógios, geladeiras, micro-ondas, carro, etc.
Do mesmo modo, novos equipamentos e procedimentos nas áreas da saúde, educação e segurança, por exemplo.
Assim sendo, com a Odontologia não poderia ser diferente!
As novas tecnologias permitiram o surgimento de técnicas e tratamentos, próteses e aparelhos ortodônticos mais modernos e eficazes.
Os enxertos ósseos são uma das técnicas que passou por grande evolução graças aos avanços tecnológicos.
Embora os cirurgiões das civilizações que antecederam o Império Inca, em 3000 a.C, já utilizassem placas de ouro e prata e conchas para fechar buracos no crânio.
Entretanto, o primeiro enxerto autógeno (veremos os tipos de enxertos mais à frente) foi realizado em 1821 por Philip Walter e a técnica só ganhou força a partir de 1920.
Mesmo assim, até poucos anos atrás, várias pessoas foram obrigadas a utilizar dentaduras móveis, que geram grandes desconfortos e situações constrangedoras.
Isso por não terem a possibilidade de fazer enxertos ósseos, além do medo e das preocupações que envolvem o procedimento.
Neste material, vamos falar sobre os tipos de enxertos, suas indicações e as técnicas mais usadas, desmistificando o universo dos enxertos ósseos na Odontologia.
Boa leitura!
O que são enxertos ósseos?
Alguns pacientes não têm estrutura óssea adequada para servir de base para os implantes e, posteriormente, fazer o uso de uma prótese fixa.
Por isso, o enxerto ósseo se faz necessário e nada mais é do que a retirada de uma determinada quantidade de osso, de outras partes do corpo, para colocar no local onde há ausência de massa óssea.
Tipos de enxertos
Existem cinco tipos de enxertos e a escolha do mais adequado vai depender de cada caso.
1) Autógeno
É o enxerto feito com partes retiradas do próprio paciente, como do osso da mandíbula para reconstruções menores, que podem ser realizadas no próprio consultório odontológico.
Do mesmo modo, pode ser utilizado o osso da bacia ou de outros locais do corpo humano para reconstruções maiores, que necessitam de cirurgias realizadas em hospitais.
Devido ao fato do osso reposto ser do próprio paciente, o enxerto autógeno não oferece possibilidade de rejeição.
2) Xenógeno ou Heterógeno
É o enxerto feito com ossos de animais bovinos ou suínos, já que essas espécies apresentam formação óssea muito parecida com a dos seres humanos.
Por isso, elas se incorporam ao tecido humano com facilidade.
Assim, a possibilidade de rejeição neste tipo de enxerto é maior que no enxerto autógeno.
3) Sintético
É o enxerto produzido sinteticamente, em laboratório, com materiais, como polímeros, cerâmica ou hidroxiapatita sintética.
Porém, por serem biocompatíveis com o organismo humano, os riscos de rejeição são baixos.
4) Alógeno ou Homógeno
É o enxerto feito com ossos provenientes de doações feitas a bancos de ossos humanos, mas o índice de rejeição acaba sendo maior que no autógeno.
5) Misto
É o enxerto feito da junção do autógeno com outros tipos e sua utilização vai depender da região que será reconstruída.
Como saber se preciso de enxertos?
Somente a avaliação de um cirurgião-dentista, juntamente com a realização de exames pré-procedimentos, como radiografias, tomografias e exames clínicos, poderá confirmar a necessidade do enxerto ósseo.
Entretanto, algumas condições podem dificultar e, até mesmo, impedir a realização desta etapa antes da colocação dos implantes.
Nesses casos, podemos citar as doenças periodontais, inflamação grave da gengiva e da região em volta do dente.
Sobretudo porque que essa área precisa ser tratada antes da realização de enxertos e implantes.
Além disso. alguns níveis de diabetes, tabagismo e idade do paciente inferior a 18 anos (período no qual a formação óssea ainda está em desenvolvimento).
CAUSAS DA PERDA ÓSSEA
Você deve estar se perguntando: mas o que causa essa perda de material ósseo?
Existem alguns fatores que podem contribuir com a deterioração da estrutura óssea bucal. São eles:
-Falta de tratamento imediato em casos de perdas dentárias, o que pode acarretar em atrofia da região e, consequentemente, reabsorção óssea;
-Envelhecimento: com o avanço da idade, é comum que os ossos se desgastem naturalmente;
-Doenças periodontais: gengivites não tratadas podem levar ao surgimento de periodontites que atingem as estruturas de sustentação, causando amolecimento e, em casos mais graves, queda do dente.
CUIDADOS PÓS-PROCEDIMENTO
Para que a cicatrização aconteça de forma correta e o período de adaptação seja o mais tranquilo possível, existe uma série de cuidados que o paciente deve tomar neste período e, assim, dar continuidade ao tratamento, colocando os implantes.
Dessa forma, os cuidados, que devem ser seguidos à risca, são:
A) Evitar exposição ao sol e ao calor extremo;
B) Manter uma higiene bucal adequada e rigorosa, tomando cuidado com a região operada;
C) Evitar fazer bochechos;
D) Ingerir alimentos frios, líquidos e pastosos, principalmente nas primeiras 48 horas após o procedimento;
E) Utilizar as medicações prescritas pelo seu dentista de forma correta;
F) Fazer compressas de água fria e/ou gelada em caso de dor;
G) Repousar e evitar exercícios físicos.
ALTERNATIVAS AOS ENXERTOS
Existem algumas técnicas na Odontologia que dispensam os enxertos ósseos, agilizando todo o tratamento e permitindo que pessoas sem nenhum dente possam colocar prótese e voltar a sorrir sem medo. São elas:
All-on-Four
Consiste na colocação de quatro implantes, estrategicamente posicionados, com inclinação de até 45°, o que permite que pacientes com pouca estrutura óssea possam utilizar prótese fixa sem passar pela etapa dos enxertos.
É indicada para pessoas que perderam todos os dentes da arcada inferior e/ou superior e as vantagens são várias.
Dentre elas: procedimento menos invasivo e mais simplificado, possibilidade de tratar pessoas com diabetes, osteoporose e outras condições que são contra indicadas para a realização de enxertos e possibilidade de se colocar a prótese no mesmo dia, dependendo do caso.
Implantes Zigomáticos
Consistem na colocação de implantes no osso zigomático (osso da maçã do rosto), dispensando a realização de enxertos, e é indicada para quem apresenta uma grande ausência óssea no maxilar.
Pelo fato do osso zigomático ser muito duro, os implantes ficam travados mais facilmente, o que permite que a prótese seja colocada imediatamente, no mesmo procedimento.
Outras vantagens são que a prótese não corre os risco de se deslocar e a recuperação é mais rápida, justamente por não precisar de enxertos ósseos.
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