Complicações em Cirurgias Orais Menores: quais são as mais frequentes e como evita-las​

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Complicações em Cirurgias Orais Menores: quais são as mais frequentes e como evita-las​

Muitas são as preocupações que se passam na mente de um cirurgião-dentista quanto a realizar procedimentos com excelência e perfeição, provenientes de cobranças e pressões sociais, profissionais e, até, de si mesmo. E é aí que mora um dos perigos!

Acidentes e complicações durante e após exodontias, principalmente de terceiros molares, são comuns e acontecem por inúmeros motivos. A falta de segurança e o desespero do profissional é um deles, o que pode ser evitado através da realização de cursos de capacitação e especializações com foco na prática. O cirurgião-dentista precisa saber lidar com as adversidades que podem ocorrer e passar tranquilidade ao paciente, identificando-as e propondo soluções para prevenir e tratar de forma segura.

Para te ajudar, vamos explanar algumas complicações que podem ocorrer em cirurgias orais menores e como proceder diante das mesmas. Boa leitura!

​​Intercorrências no transoperatório

Sendo um dos procedimentos da Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial mais realizados dentro da rotina dos consultórios, a extração dos terceiros molares é indicada em casos de impacção, cáries, pericoronite, problemas periodontais na face distal dos segundos molares, cistos odontogênicos e apinhamento.

Saber reconhecer os riscos da prática, assim como as respectivas formas de prevenção e tratamento, é primordial para passar confiança ao paciente e garantir uma prática segura.
Assim, um rigoroso planejamento cirúrgico, feito com base em exames clínicos, físicos e radiográficos consiste em uma etapa crucial do tratamento, uma vez que identifica o atual estado de saúde do paciente, seu histórico médico e odontológico, além do nível de complexidade da operação.

Algumas intercorrências que podem acontecer em todas as etapas do procedimento cirúrgico são fraturas mandibulares e comunicação buco-sinusal que, por sua vez, podem acarretar em quadros de parestesia e hemorragia. Estas complicações podem ser agravadas e/ou associadas a alguns fatores, que são:
– uso de medicamentos como antibióticos, corticosteroides e contraceptivos orais;
– infecções anteriores;
– periodontite;
– higiene bucal precária;
– tabagismo;
– idade e gênero;
– número de dentes a serem extraídos;
– contratempos do procedimento: dificuldade na extração, pouca irrigação e técnica anestésica utilizada.

Vejamos agora, mais detalhadamente, as complicações mais recorrentes que podem surgir durante e após as exodontias:

Hemorragia
Diante de uma extração dentária, o sistema hemostático do paciente encara um grande desafio de reestruturar as regiões afetadas devido a alguns fatores como:

1) alta vascularização de tecidos orais e maxilares;
2) produção de exsudato – matéria decorrente do processo inflamatório – e hemorragia adicional em feridas abertas do tecido mole ao nível ósseo;
3) impossibilidade de se fazer um adequado tamponamento para prevenir hemorragias;
4) contato da língua com a área tratada, que pode deslocar coágulos sanguíneos, acarretando em hemorragias secundárias, por meio de pressões negativas, que tiram o coágulo sanguíneo do alvéolo;
5) lise (destruição) do coágulo sanguíneo, feita pelas enzimas salivares, antes de sua organização e do crescimento do tecido de granulação.

O tratamento para a hemorragia varia de acordo com seu grau. Veja:
– hemorragia leve: pressão do local por meio de compressas de gaze durante 5 minutos;
– hemorragia persistente: uso de suturas adicionais e de materiais hemostáticos como gelfoam ou surgicel sobre as feridas abertas;
– hemorragia arterial: após a identificação do vaso em questão, uso de ligadura ou cauterização.

Vale lembrar que pacientes com histórico de coagulopatias e quadros hepáticos, assim como pessoas que fazem uso recorrente de álcool e que estão sob tratamentos a base de quimioterapia necessitam de uma atenção maior, já que apresentam uma forte tendência a ter hemorragias.

Fraturas mandibulares

Muito comum durante o período pós-cirúrgico e proveniente de mordidas fortes durante a mastigação, a fratura acontece quando a força do osso é superada por outras que atuam diretamente sobre ele. 

Quanto maior o volume de osso a ser removido, maior é a possibilidade da fratura mandibular ocorrer, por isso é recomendado que se faça o seccionamento do dente, com o objetivo de diminuir a remoção óssea, além de seguir, minuciosamente, os princípios da exodontia, das ostectomias e das odontosecções, juntamente com o manejo adequado de elevadores e demais instrumentais.

Vale lembrar que a primeira semana após a cirurgia é um período de alta incidência de fraturas, logo a ingestão de alimentos líquidos e pastosos, nas duas primeiras semanas, é crucial para evitar que as mesmas ocorram.

Dano Nervoso (Nervo Lingual e Nervo Alveolar Inferior)
Os nervos mais afetados durante as exodontias são o lingual e o alveolar inferior, devido à proximidade com os terceiros molares inferiores. As lesões nestes nervos podem causar danos temporários ou permanentes como dor, edema e alterações sensitivas no lábio e na língua. As principais condições causadas por danos nervosos são:
– parestesia: lesão nos nervos sensitivos, causando falta de sensibilidade nas regiões afetadas e, em casos mais graves, sensibilidade elevada ao frio, calor e dor, dormência, fisgadas e coceiras;
– anestesia: lesão no nervo periférico que causa perda total da sensibilidade;
– hipostasia média: trauma no nervo periférico que causa diminuição mediana da sensibilidade.

Para se evitar possíveis danos ao nervo, uma alternativa é realizar a coronectomia ou a odontectomia parcial intencional, que consiste em remover a coroa do dente, mantendo a raiz in situ, ou seja, eu seu lugar, intacta, uma vez que haverá formação óssea sobre ela.

Pós-Operatório

Mesmo que o procedimento de exodontia seja bem sucedido, alguns incômodos são considerados normais durante o pós-operatório, como:
– dor leve a moderada, podendo ser controlada e amenizada com o uso de analgésicos;
– edemas leves a moderados e limitação da abertura da boca nas primeiras 72 horas;
– sangramentos leves, que podem ser controlados com compressas e dieta correta.

Porém, complicações e acidentes podem ocorrer no transcorrer do procedimento, decorrentes de uma série de fatores, dentre os quais estão pré-condições de saúde e hábitos do paciente e, até mesmo, falta de preparo e nervosismo do profissional.

Por isso, cuidados pré, trans e pós-operatórios são essenciais para prevenir e evitar intercorrências no procedimento cirúrgico, bem como a utilização do planejamento detalhado, com o levantamento do atual estado de saúde do paciente e das possíveis complicações.  É indicado também passar todas essas informações à pessoa, de forma clara e objetiva, verbalmente e por escrito.

Qualificação do profissional

O sucesso de cirurgias orais depende da formação do cirurgião-dentista, de suas habilidades e de seu preparo. Transmitir informações e orientações, assim como realizar os procedimentos com segurança e qualidade, é primordial para que seu paciente fique seguro e passe por um pós-operatório com mais tranquilidade e bem amparado.

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