Gengivite necrosante: como diagnosticar e qual o melhor tratamento?
Gengivite necrosante: como diagnosticar e qual o melhor tratamento? A GUNA, ou gengivite ulcerativa necrosante aguda, já foi chamada também de gengivoestomatite de Vicent. É uma doença presente há anos, com fatores bem marcantes e de alta incidência em pacientes sistemicamente fragilizados, como, por exemplo, os soldados em situação de guerra, expostos a todos os tipos de condições precárias, como falta de alimentação, de higiene e muito estresse, o que por consequência, causa baixa imunidade. Daí teve origem outro nome da doença, a “boca de trincheira”. A GUNA se apresenta com um quadro de ulcerações e necroses das papilas gengivais, sangramento, odor fétido e muita dor, impossível não reconhecê-la logo que o paciente chega ao consultório. Está fortemente associada à baixa imunidade, tabagismo excessivo, alto consumo de bebidas alcoólicas e pessoas com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS ). Então, quando o paciente chegar ao consultório com esses sinais é preciso solicitar um exame de sangue e explicar com detalhes sua situação clinica. Em casos menos graves, a GUNA também pode estar relacionada a grandes períodos com altos picos de estresse, por exemplo, situações de separações, perda de emprego e pré-provas, entre outras pressões sociais que enfrentamos diariamente. O diagnóstico é feito a partir de um exame detalhado. Ao notar a presença das pseudomembranas esbranquiçadas, biofilmes, papilas invertidas (em fase de necrose), hálito muito forte e relato de dor, sendo que o paciente ainda pode se queixar de febre, e também se notado nos exames a perda óssea, o quadro pode ser classificado como periodontite necrosante, mas, se o paciente possuir ausência total dos dentes e a região afetada for a mucosa, a denominação passa a ser estomatite necrosante. Com certeza, o ideal é o diagnóstico em fase inicial da doença, mas nem sempre isso acontece. O bom periodontista deve possuir um olhar atencioso para identificar as lesões assim que elas se iniciam, para evitar que o paciente passe pelo estágio agudo e doloroso da doença. Após o diagnóstico é preciso tratar, com urgência! Mas como? A primeira ação deve ser uma profilaxia bem suave e com cuidado para que a escova de Robson não atinja as ulcerações; anestesia é necessária porque as lesões são extremamente dolorosas. Há recomendações também para que o cirurgião-dentista passe algodão embebido em clorexidina sobre as pseudomembranas esbranquiçadas para remoção de parte do tecido necrótico. Analgésicos são bem-vindos! Após alguns dias, quando o paciente retornar ao consultório ele já vai ter apresentado certa melhora, então se torna possível a raspagem e a orientação de higiene. De uma a duas semanas da primeira consulta é fundamental que o paciente retorne mais uma vez para observar a evolução do tratamento e a leitura do exame de sangue. A região só terá total cicatrização entre 45 a 90 dias, somente após esse tempo é possível iniciar a reconstrução periodontal. Então, orientar os pacientes sobre a origem da GUNA como tendo gatilho emocional ou imunológico é bastante interessante e também sobre a importância de não negligenciar a higienização, independente dos problemas enfrentados. Já deparou com essa doença? Soube como agir? Fonte: https://blog.dentalcremer.com.br/a-gengivite-necrosante-diagnostico-e-tratamento/