Interações medicamentosas em Odontologia

Interações medicamentosas em Odontologia

Interações medicamentosas em Odontologia Você sabe o que é e como funciona a interação medicamentosa? Interação medicamentosa é qualquer alteração nos efeitos farmacológicos de um fármaco por modificações em sua farmacocinética ou farmacodinâmica induzidas por outro fármaco ou substâncias como alimentos e álcool, por exemplo. Existem, porém, alguns fatores que contribuem amplamente para que ocorram interações medicamentosas, como: – Consumo de medicamentos com alta ligação a proteínas plasmáticas, pois podem aumentar seu efeito tóxico; – Administração de medicamentos em pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão; – Uso de medicamento sem prescrição médica; – Consumo de chás e plantas medicinais, que podem alterar as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos. Além disso, algumas alterações podem ocorrer devido à idade dos pacientes ou, ainda, deficiências nutricionais. Uma interação medicamentosa grave pode levar a um desfecho desfavorável do atendimento ao paciente. A varfarina, por exemplo, é uma medicação que possui diversas interações medicamentosas, como o uso concomitante de camomila que pode aumentar a chance de sangramentos. Portanto, ao atender um paciente que faz uso desta medicação, é necessário estar extremamente atento e conhecer bem suas interações medicamentosas, para que não ocorra uma complicação do quadro clínico. Na Odontologia, os fármacos mais comuns são analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. Os analgésicos são frequentemente associados a interações medicamentosas na literatura. O paracetamol é hepatotóxico e não deve ser administrado em pacientes que possuem doença hepática como, por exemplo, hepatite ou cirrose, pois esses quadros podem se agravar. Os anti-inflamatórios não esteroidais não devem ser administrados por pacientes que façam uso de altas doses de anticoagulantes ou álcool, como também os que fazem tratamento com medicações de lítio. Além disso, o uso é restrito em pacientes idosos, com deficiências renais ou que façam uso de digoxina. Antibióticos devem ser administrados com cautela, pois alguns podem causar o acúmulo de fármacos que possuem baixos índices terapêuticos. Vasoconstritores adrenérgicos estão relacionados a uma série de interações medicamentosas, sendo as mais comuns com antidepressivos. A anamnese é fundamental, uma vez que somente a partir dela o profissional toma conhecimento das medicações usadas pelo paciente. Portanto, ela deve ser criteriosa e nada pode passar batido. É responsabilidade do profissional que prescreveu a receita responder a eventuais danos decorrentes de uma interação medicamentosa relevante ao paciente. Atualmente, um dos suportes ao cirurgião-dentista é a consulta online através do sistema Uptodate®, que verifica a ocorrência de interações medicamentosas em uma prescrição. Mas há também alguns aplicativos de celular disponíveis, que verificam essas informações de forma rápida e segura, conforme o que está descrito na literatura. O conhecimento das interações medicamentosas na clínica odontológica é de extrema importância e cabe a cada profissional estar sempre atento e manter-se atualizado, deste modo, ele será capaz de evitar possíveis falhas e atender seu paciente da maneira mais cuidadosa e com a atenção devida.