Saiba tudo sobre os mini-implantes ortodônticos
Ao longo dos anos, a Ortodontia tem passado por grandes evoluções. O surgimento de novas tecnologias e técnicas possibilitaram tratamentos mais rápidos e assertivos, inclusive para casos de alta complexidade. E os mini-implantes são um exemplo deste avanço.
Se você não os utiliza ou ainda tem muitas dúvidas sobre a técnica, continue a leitura e saiba mais sobre esta alternativa aos tratamentos ortodônticos convencionais.
Mini-implantes ortodônticos
Indicados principalmente para pacientes que necessitam de ancoragem máxima, pacientes que, por algum motivo, não estejam aptos aos tratamentos ortodônticos tradicionais e pacientes que necessitam de movimentações dentárias complexas, os mini-implantes consistem em um método alternativo para ancoragem absoluta, uma vez que permite maior controle da mecânica ortodôntica.
Algumas vantagens de se utilizar os mini-implantes, principalmente na intrusão de molares, são:
– colaboração do paciente apenas no processo de higienização;
– facilidade de implantação, constituindo uma técnica simples e pouco invasiva;
– eliminação do uso de medicamentos;
– possibilidade de intrusão de molares sem movimentação colateral;
– inexistência de movimentos indesejados das unidades de acoragem;
– ponto de apoio fixado de forma imóvel.
Apesar de todas as vantagens, vale ressaltar que é necessária cautela quanto às forças aplicadas, e quanto ao modo e local da instalação, para não haver riscos de perda de ancoragem absoluta, já que a força vetorial será aplicada somente com um ponto fixo.
Um pouco de história dos Implantes Dentários
Em 1965, Per-Ingvar Brånemark, médico ortopedista sueco da Universidade de Gotemburgo, descobriu o processo de osseointegração ao investigar a micro circulação sanguínea em tíbias de coelhos, com a ajuda de uma câmara de observação em titânio. Ele percebeu que o metal e o osso se integravam perfeitamente, sem rejeição.
Embora esta importante descoberta tenha sido feita na década de 60, só ficou conhecida no continente americano em 1982 e no Brasil em 1987.
Desde então, diversos estudos foram realizados e grandes avanços foram feitos na Odontologia, desde Gainsforth e Higley, que foram os primeiros a utilizar a ancoragem ortodôntica visando a movimentação dentária, passando por Kanomi, o primeiro a utilizar os mini-implantes desenvolvidos especificamente para a ortodontia até Laboissière que, mais recentemente, apresentou medidas e soluções para evitar as intercorrências e falhas no uso dos mini-implantes, apontando diversos fatores de risco que podem afetar o resultado do tratamento.
E o termo correto a ser utilizado é DAT – Dispositivo de Ancoragem Temporária. Isso porque a técnica engloba todas as variações de ancoragem esquelética (mini-implantes, parafusos, pinos e implantes) instalados, especificamente, para promover a ancoragem ortodôntica e são removidos após alcançar a terapia biomecânica almejada. Inicialmente, o termo utilizado era micro implantes, mas o termo é inadequado já que “micro” se refere a partículas e objetos extremamente pequenos, observáveis somente com o uso de microscópio.
Estrutura do mini-implante
O mini-implante, feito de titânio em sua maioria, ou de aço cirúrgico, é composto por 3 partes:
1) Cabeça: é a parte exposta que serve de base para a força aplicada com o acoplamento dos dispositivos móveis, como elásticos, molas e fios.
2) Colar ou perfil transmucoso: logo abaixo da cabeça, é onde ocorre a manutenção dos tecidos peri-implantares sadios.
3) Ponta ativa ou rosca: abaixo do colar, é a parte que ficara fixada dentro do osso.
A definição de tamanho e quantidade de roscas dependerá do deslocamento desejado e da estabilidade primária. As roscas podem ter formatos variados como cônicas, mais espessas, mais próximas à cabeça, mais estreitas na ponta, cilíndricas, com a mesma espessura do início ao fim ou apenas com um leve afinamento na ponta para facilitar a colocação no osso do paciente.
COMO INSTALAR OS MINI-IMPLANTES
Antes de tudo, é preciso avaliar os espaços através de imagens radiográficas e o posicionamento com guia cirúrgico.
Então, o local deverá ser preparado com assepsia extra e intra bucal, utilizando digluconato de clorexidina 2% e, logo após, campos estéreis devem ser instalados para eliminar os riscos de infecção. Em seguida, a anestesia local deverá ser realizada para, assim, iniciar o acesso cirúrgico, com perfuração apenas da cortical externa, usando fresa adaptada ao motor de implantes osseointegrados.
É preciso também medir a espessura da mucosa com sonda milimetrada para definir o tamanho do colar do mini-implante, cuja inserção deve ser realizada juntamente com a conferência da estabilidade primária e do torque de inserção.
Por fim, uma nova radiografia deverá ser realizada para confirmar o posicionamento correto e a relação com estruturas anatômicas ósseas e radiculares.
É importante ressaltar que cada mini-implante suporta uma carga de até 45N, de modo que a movimentação ortodôntica deve estimular a atividade sanguínea sem ocluir completamente os vasos sanguíneos.
A IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA TÉCNICA
Tendo se estabelecido como um importante método de ancoragem e auxiliando os ortodontistas nas mais variadas etapas dos tratamentos, diminuindo consideravelmente, a colaboração dos pacientes e tornando os resultados mais previsíveis, a utilização do mini-implante ortodôntico é um procedimento complexo que exige habilidade e assertividade por parte do cirurgião-dentista.
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Referências:
– Mini-implante na ancoragem ortodôntica: revisão de literatura
Disponível em: http://34.233.57.254/index.php/uninga/article/view/251/1734
– Utilização do mini-implantes no tratamento ortodôntico
Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
86372013000500005#:~:text=Segundo%20Marassi%20et%20al.I,complexos%20para%20a%20Ortodontia%20convencional%2C
– Gestão de inovação: estudo de caso sobre a descoberta da osseointegração
Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_120_780_17513.pdf