Zigomáticos: por que devo acrescentar essa técnica ao meu portfólio de tratamentos?
Zigomáticos: por que devo acrescentar essa técnica ao meu portfólio de tratamentos? Embora com os avanços na saúde bucal e no esclarecimento da população, o Brasil tem ainda 11% da sua população sem dentes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE de 2015. Outro dado importante é que, dos pacientes com 60 anos ou mais, 41,5% já perderam todos os dentes. Boa parte desses pacientes veio de uma odontologia antiga e mutiladora e após muitos anos de uso de próteses podem apresentar atrofia severa dos ossos maxilares, o que se torna um desafio para a reabilitação na implantodontia. Foram desenvolvidas técnicas de enxerto para poder devolver ao osso seu volume, tanto em espessura quanto em altura, permitindo a instalação de implantes, mas, por vezes, esse é um caminho mais demorado, pois o tratamento envolve mais de uma etapa, é mais custoso para o paciente e carregado de incertezas quanto ao sucesso do procedimento. O osso autógeno, considerado o “padrão ouro” para material de enxerto, pode ter chances de sucesso de 10% a 30%, além da morbidade para o paciente, com pós-operatórios doloridos. Caso a técnica escolhida seja a da crista ilíaca, ainda tem-se que considerar os riscos da cirurgia, os custos de internação, entre outros. A técnica com implantes zigomáticos, também chamados de zigoma, data de 1998. Os implantes medem entre 30 a 52,5 mm de comprimento e são implantados na região entre o segundo pré-molar e primeiro molar superior. Assim, consegue-se a ancoragem no osso zigomático, permitindo a reabilitação em uma etapa e sem enxerto. Pode-se ainda associar a técnica à carga imediata, trazendo mais vantagens para a reabilitação dos pacientes. A segurança do procedimento é comprovada por diversos estudos: – Nas análises histológicas, foram encontradas trabéculas regulares e osso compacto com uma densidade óssea de 98%. – Uma revisão sobre a taxa de sucesso realizada por Rocha, JCF (2018) analisou 19 publicações que incluíram 1.005 pacientes e 2.132 implantes zigomáticos com um período de acompanhamento de seis meses a 12 anos. Os dados mostram taxas de sucesso do procedimento maiores que 98%. Os implantes zigomáticos atualmente oferecem grande previsibilidade e resultam em bons resultados clínicos, permitindo a reabilitação do paciente em uma etapa. Por essas razões, deve ser considerado no portfólio dos implantodontistas como uma solução eficaz para a reabilitação de pacientes com maxila atrófica.